terça-feira, 7 de setembro de 2010

DROGA: TRISTEZA (E INCAPACIDADE) NACIONAL

Passei recentemente, por duas vezes, em ruas da Mouraria. Aquilo está uma verdadeira vergonha. Ambiente degradado, lixo, desordenamento e pior que tudo, topando-se amiúde com seres humanos que damos graças a Deus não serem familiares nossos e a que, seguramente, ocultaríamos a estrangeiros que fossem nossos compatriotas.

É isto um bairro tido como popular, de Lisboa, dos mais antigos da capital, cheio de tradições e castiço e que concorre todos os anos à melhor marcha de Lisboa. É uma tristeza e uma tristeza que se passa nas barbas das autoridades e da população.

Nem uns nem outros, aparentemente, se dão ao trabalho de se molestar com o triste espectáculo que os seus olhos não podem deixar de ver.

Uma das razões principais para tudo isto é a degradação operada pela via do tráfico e consumo de drogas, que piorou exponencialmente quando as autoridades “limparam” o Casal Ventoso. Consumo e tráfico, faz-se a céu aberto, de noite e de dia, à frente de toda a gente. Faz-se até a uns metros de uma esquadra da Polícia...

Tudo isto prefigura uma sociedade doente. Profundamente doente.

Tem-se gasto milhões de euros no “combate” ao consumo e prevenção da droga o que encontra apenas paralelo nos milhões de caracteres usados em artigos de opinião e outros tantos vocábulos expressos em debates, colóquios, conferências e grupos de trabalho.

Os resultados são medíocres. Cumulativamente têm sido desmanteladas às dezenas as redes de trafico;numerosos traficantes estão presos (não se sabe é por quanto tempo...); toneladas de droga apreendida.

Não se sabe onde existem prisões para guardar tanta gente mas sabe-se que o tráfico e o consumo continua lá dentro. E há até cobertura, oficiosa, para tal estado de coisas, pois é uma maneira de conter as “tensões” dentro de limites aceitáveis !... A gente vai sabendo estas coisas e nem quer acreditar.

À volta de todo este estado de coisas, vão prosperando um conjunto de negócios, clínicas de reabilitação, organismos oficiais para tratar o assunto, proliferação de fármacos; branqueamento de capitais e por aí fora.

No meio disto tudo, um conjunto de “adiantados mentais” baralharam parte apreciável da sociedade com doutrimas erradas e surrealistas; a organização da justiça paralisa a acção das forças policiais; os “media”, políticos e intelectuais, poluem a opinião pública com teorias de desculpabilização, que alimentam o vício, destroem qualquer tipo de censura social e protegem objectivamente as actividades criminosas.

O cidadão comum, que trabalha, cumpre as suas obrigações e se porta bem, é que para além de sofrer com todo este mau aspecto; aguentar com a insegurança, o aumento da criminalidade, quando não acaba infernizado por algum membro da sua família te sido agarrado nas malhas desta engrenagem, ainda tem que pagar os devaneios demagógicos, pedagógicos e judiciários que as sucessivas lideranças políticas, tolhidas de autoridade, confiança e saber, inventam amiíude para (pseudo) satisfação das massas!

Os auto proclamados técnicos nestas matérias conseguiram convencer muitas mentes que quem se droga é um doente, tem que ser tratado e não punido. Como se os vícios fossem apenas doenças! Porque não desculpam os batoteiros? Os pedófilos? Os cleptomaníacos? E os traficantes?

Bom, bastava que legalizassem o comércio para que tais “deserdados” da sociedade se transformassem em honestíssimos homens de negócios! O que é inverosímel é que em paralelo passassem a fazer campanhas enormes contra o tabaco e as companhias tabaqueiras, porque o tabaco faz mal à saúde!... A droga parece que não faz...

Não há pachorra!

Deixo um alvitre.

Não gostaria de chegar a situações extremas como em Singapura (mas lá que resultam, resultam!). Lembro, porém, que para os lados de Penamacor existe um antigo quartel do Exército onde em tempos (certamente jurássicos!), funcionou a primeira companhia disciplinar, que se destinava a acolher os mancebos que por via de possuírem cadastro eram ali colocados quando chegava a sua vez de cumprirem o serviço militar obrigatório (de saudosa memória!).

Porque é que não se remodela o local (não é preciso muito!), e se põem lá os drogados todos? Não, não é inconstitucional, esses nossos concidadãos – que se recusaram aliás a sê-lo -, por via do vício que têm, deixaram de ser livres, logo são ininputáveis para determinadas responsabilidades e incapazes de decidirem do seu destino. Tornaram-se um peso e um perigo para a sociedade.

Vão por mim: coloquem-nos em Penamacor, ponham lá médicos e enfermeiros para os acompanharem – eles afinal estão doentes! ... -, agora obriguem-nos a ganhar o pão de cada dia, ponham-nos a trabalhar, na agricultura, na pecuária, nos ofícios, em algo, mas a trabalhar e no duro. Obriguem-nos a fazer desporto e paguem-lhes as mais valias que eventualmente produzam. Vão ver como eles se curam depressa; os outros ficam sem vontade de experimentar e a maioria dos chefes de família, deixam de ter que os aturar e de os pagar!

Os traficantes, que restassem, pois a clientela sumia-se, iam para uma Penamacor mas muito mais dura.

Verão que dá resultado. Alguém quer apostar?

2 comentários:

Anónimo disse...

Não se pode generalizar no que diz respeito como se todas as drogas fossem iguais.

Há uma clara diferença entre axixe e drogas pesadas como branca ou castanha.

O que cria degredo do ser humano são as drogas pesadas.O axixe não causa os danos das outras.

Até mesmo dentro do mundo do trafico há codigos de honra,e uma coisa é vender axixe porque se tem o 6 ano e é preciso comer ou pagar estudos ou cursos e sem foder a vida a ninguem.

Outra coisa é vender heroina e rebentar com milhares e milhares de familias.

O trafico nunca acabará,é uma utopia.Porque haverá sempre consumidores.

A legalização das drogas não revolve nada.
Eu falo com conhecimento de causa porque andei no meio muitos e muitos anos.
O que ia suceder é que com a legalização das drogas leves ia passar tudo a vender as pesadas.

"O fruto proibido é o mais apetecido"
Ora se o axixe era comprado como panikes em cafés,o subconsciente humano pelo sentimento de "risco" ia passar a consumir as pesadas.
O axixe ficaria banalizado.

Para alem do passar os traficantes de drogas leves a traficar pesadas e a aumentar drasticamente a degradação do ambiente em redor depois ia haver outro probelema.

Sem axixe para fazer uns trocos,muitos sem essa fonte de rendimento iam passar a faser carjacking e andar a roubar.

O que é preferivel?vender axixe e fumar umas ganzas na casa do comprador e ir á sua vidinha ou pormos estas gerações perdidas no mundo do crime violento?

Nestas questões há que ser pragmatico...

Quanto á violencia que a droga traz isso normalmente é luta de territorios.

Como diminuir drasticamente?Entregando o controlo de axixe a todo um "clã" acabando assim com as rivalidades e ao mesmo tempo o mesmo afastava os senhores de heroina.

Que mais não são que os super dragoes ou os turcos imigrantes.

Eu tenho um projecto em mente que passa por tropa obrigatoria,e aprender artes marciais e essa doutrina ser exigida a qualquer elemento nos NN.

Ora era a psicologia a funcionar,com o seu ego a crescer por aprendizagem de artes marciais e consequente aumento da massa muscular e vitorias em confronto eu e outros notamos uma evolução nalguns menbros que de "agarrados" passaram a gajos saudaveis ou fumando apenas um charro de vez em quando.

Isto em massa dá resultado.Foi dando.e está a dar.

Outro aspecto foi tentar que eles arranjassem boas mulheres para fazer vida e assim garantir alguma estabilidade emocional e responsabilização.
(Aqui entre nós sabemos que as mulheres as vezes conseguem nos incutir isso,especialmente depois do acto na cama conversando:)...)

Agora não ha milagres.
Muito fiz eu e muitos.
E fazer frente á maçonaria teve um preço muito elevado para muitos de nós.
Eu tou ausente temporariamente(sinceramente acho que me vão limpar antes de voltar um dia,mas que se foda,nada que não me tenha mentalizado já) , mas as bases estão lançadas.

mulheres consevadoras,ginasio,artes marciais,tropa obrigatoria é o "xarope".
Depois é tipo "fornalhas",os mais velhos servem de referencias para os mais novos e seguem lhes e exemplo.

é uma forma ortodoxa,criativa,ou até mesmo maluca como lhe queiram chamar.Mas dá resultado.

E como disse acima,eu falo com conhecimento,pois eu proprio andei no meio do trafico de drogas leves durante uns anos e no entanto nunca roubei ninguem ou fodi a vida a ninguem.

Se porventura voçê fosse presidente num regime presidencialista,esse projecto juntamente com alguns lideres de nucleos de claques e alguns gajos de confiança da pj e veria como alem de afastar a merda da heroina das ruas,acabava muita deliquencia.

O probelema é que está um gajo a remar dum lado e a maçonaria a trazer droga da venezuela do camarada chavez nun suposto esquema de navios pretoleiros.
(os serviços secretos sabem).

Como eu disse,é muito filho da puta a remar ao contrario,e o pior é que vem de cima.

Escusado será dizer para não deixar passar o comentario.
Alías não deixe nunca,assim falo mais á vontade.

Oscar NNORTE.

MouTal disse...

Meu caro amigo
O Depósito Disciplinar de Penamacor,(ou Companhia Disciplinar?)
não era o local onde os cadastrados cumpriam o serviço militar, era o local para onde o Dr. Salazar mandava incorporar e manter sob prisão os jovens que se tornavam notados pela sua oposição ao regime vigente, também conhecido por Estado Novo.
Lembro que Álvaro Cunhal fez lá o SMO como presidiário,e não consta na sua folha de matrícula algum crime,deve ter sido por ser comunista. Para camuflar a situação também lá eram colocados alguns cidadãos com cadastro e que não convinha misturar com o resto do maralhal na caserna.

Gosto muito de ler o seu blogue...faz-me recuar quinhentos anos e recordar os belos sermões de Girolano Savonarola, que por acaso até acabou mal com a idade de quarenta e seis anos.

Fico expectante aguardando o seu próximo artigo.

Espero que este meu comentário esteja dentro das regras definidas por V.Exª.